Instigado pelo comentário do caro Vinícius, que relacionava o popular post deste blog Googletopia com os livros 1984 e Admirável Mundo Novo e os comparava, fiz uma pesquisa e encontrei, na Wikipédia, uma citação de um tal de Neil Postman a respeito do assunto, cuja tradução (feita por mim, isto é, não muito correta) segue no fim.
Achei o texto bastante interessante, já que pode ser interpretado não somente como uma referência ao caminho que o mundo está seguindo, mas também às escolhas de cada um em suas vidas, o que se relaciona com algumas outras publicações aqui neste blog.
(começo da tradução)
O que Orwell temia era aqueles que baniriam os livros. O que Huxley temia era que não houvesse nenhuma razão para banir um livro, já que não haveria ninguém que quisesse ler um.
Orwell temia aqueles que nos privariam das informações. Huxley temia aqueles que nos dariam tanta que nós seríamos reduzidos à passividade e ao egoísmo.
Orwell temia que a verdade nos fosse ocultada. Huxley temia que a verdade se afogasse num mar de irrelevância.
Orwell temia que nos tornássemos uma cultura refém. Huxley temia que nos tornássemos uma cultura trivial, preocupada com algo equivalente ao Cinema Sensível, ao Orgião Espadão e à Balatela Centrífuga.
Como Huxley observou em Regresso ao Admirável Mundo Novo, os defensores das liberdades civis e os racionalistas, que sempre estão alerta para se opor as tiranias, falharam em não levar em consideração o apetite quase infinito do homem por distrações.
Em 1984, Orwell acrescentou que as pessoas são controladas pela dor. Em Admirável Mundo Novo, as pessoas são controladas pelo prazer.
Em suma, Orwell temia que o que tememos nos arruinará. Huxley temia que o que desejamos nos arruinará.