sábado, 23 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

se é que as pedras ficam felizes.

Falamos nos momentos em que os fatos nos favorecem. Omitimo-nos quando não.

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Dia 2 de dezembro daquele ano, eu decidi sumir. Fisicamente, pois já existia naquele tempo a presença virtual. Reapareci brevemente em março, entretanto as coisas e as pessoas já tinham começado a mudar. Então desapareci definitivamente (eu achava, pelo menos), não antes de um abraço que talvez me fizesse pensar em ficar, mas não era o certo, aparentemente.

Eu queria ser esquecido, só que não era o que eu fazia o tempo todo. Alguns me encontravam nos prédios antigos e nos novos. Percebia então como a diversidade era restrita. As pessoas se repetiam em vários lugares e um passado ainda mais remoto gostava de voltar.

E ainda havia o mundo virtual.

Neste lugar, existe a ilusão de que quem você conhece está muito próximo, tudo por causa de uma foto do rosto. Só que, em muitos casos, aquilo é apenas um espantalho, fingindo ser o fazendeiro sempre disponível e atento, mas que, na verdade, está muito distante do campo e só aparece nos bons momentos.

Há também os conhecidos virtuais com que não se tem coragem de falar no outro mundo e que só servem para a confabulação de terceiros sobre “por que eles são amigos?”.

Meus amigos viviam bem nessa rede e me enviavam mensagens. E eu ignorava solenemente, até que levasse uma bronca de minha irmã, que monitorava meus avatares, como muitos faziam, ou que chegasse num cúmulo de mal-estar.

Dessa forma, sem mais utilidade agradável, abandonei esta segunda realidade.

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Quando é possível mudar facilmente as informações sobre si e recomeçar, tudo passa a parecer efêmero e quebradiço – a vida online é apenas onde isso é mais evidente. A perenidade das coisas é uma ilusão que serve de desculpa para quando não se deseja mudar, mas que sem ela é difícil continuar nadando.

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Ela.

O que pensa uma garota quando aquele que ela dá mais valor vai para longe e acha que este seguiu em frente? Há o prazer culposo de esperar que ele falhe e volte ou apenas uma melancolia de achar que ficou para trás?

Responder essa pergunta é a forma de tentar preencher o vazio que existe nesta história, e, por associação, na minha mente, entre o desencontro e o reencontro.

Eu tentei perguntar sobre ela, na época, para uma menina que conheço que, por ocasião, passara a estudar na mesma sala que ela. Puxar o assunto era delicado e tentei começar, citando meus amigos fantasiosos do Orkut, das quais ela era uma. Porém o assunto caminhou em uma direção completamente diferente e acabei desistindo.

Por fim, honestamente, depois dos distanciamentos, desistências e abandonos, acabei esquecendo, despreocupando. Com ela, é difícil de imaginar o que se passou.

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O destino.

Sentada, desta vez sozinha, ou pelo menos mais distante dos interlocutores e menos contagiada por eles, com uma expressão de compreensão que de repente se transforma num sorriso, ela me olhou brevemente.

Desta vez eu prestei mais atenção e o caminho me empurrou em sua direção, encontrando-a nos muitos cantos da cidade. Só que, a pouca distância, eu podia ouvir as grandes expectativas de alguém que via o que acontecia com ela como se a esperança de um mundo melhor tivesse se realizado, ou que, no mínimo, visse claramente qual caminho seguir para isso.

Seu olhar tinha o brilho de final feliz e eu tinha me transformado num monstro, um monstro medroso.

Até aquele momento, durante minha vida inteira, eu não havia me acostumado a ter qualquer importância ou que o que eu fizesse pudesse influenciar alguém. Ao perceber que isso acontecia, era normal eu me reter, preocupado em não desapontar as expectativas e tentando analisar o que tinha feito para entender a relação de causa e efeito.

Porém havia um lado perverso nessa situação. Quando eu ficava parado nessa reflexão, a angústia consumia ânimo dela e a dúvida corroía seu espírito.

Silêncio é um ciclo vicioso que só conseguiria quebrar escrevendo ou a sós.

Entretanto, eu, toda semana, malditamente esquecia que às segundas podia encontrá-la sozinha num ponto de ônibus. E ainda cheguei a rascunhar algumas desculpas para a situação – desde sempre até aquele momento. Mas não havia solução, teria de mentir, arrumar uma explicação e criar uma história confortável. Um péssimo jeito de começar qualquer coisa.

Dessa forma seu olhar mudava progressivamente. Encanto, angústia, súplica, raiva, piedade, desprezo.

Então, num momento de decisão, mostrando alguma piedade – a piedade distorcida dos monstros, uma mistura forte de altruísmo e egoísmo –, decidi que o certo a fazer era a destruir todas as ilusões. De que forma poderia lhe fazer bem minha loucura?

O plano era fazer florescer nela a ideia de que devia se afastar psicologicamente de mim. Mas isso tinha de parecer vindo dela. Ou seja, armar algo do tipo – fazer alguém passar a lhe odiar – é um algo que só funciona se não for contado. Se o alvo perceber qualquer coisa que entregue o objetivo, o resultado é nulo.

A destruição era só o que restava, uma vez que esquecimento direto, como já tinha experimentado em outro caso, não é possível.

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A complementação da solução para o problema, o movimento final, é o surgimento de um novo personagem que se encaixe na maioria das características de outro e fingir que sempre se tratou daquele, já que, nesse universo fechado, o que não faltam são papeis repetidos.

Porém este personagem não surge do nada, ele era um secundário, desconhecido, é certo, da maioria do público. Os coadjuvantes formam uma fila para justificar a dissimulação dos protagonistas.

A dificuldade nesse passo é que ele é puramente fortuito. Não há ninguém que o possa controlar externamente.

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Tentava dormir num ônibus apertado, durante um engarrafamento no Humaitá.

Andava apressado pelo grande corredor do CT na hora do almoço.

Ela subia a colina, andando com dificuldade, acompanhada de seu namorado – o caminho deles cortava o ônibus parado no trânsito.

Ela andava no sentido contrário do corredor com livros na mão e mochila nas costas.

De seus jeitos, vestidos de jaleco azul e mochila, pareciam ... *, com a felicidade, mesmo que não exultante em seus rostos, transparente pela companhia do outro, algo típico de pares perfeitos.

*Não vou dizer hobbits em suas caminhadas atrás de cogumelos, pois já fui censurado por fazer isso.

Passamos um pelo outro rapidamente naquela multidão de universitário e toda essa história era apenas um relance sem importância. Talvez ninguém tenha notado que seu olhar mais uma vez havia mudado. Ganhara a altivez.

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Segundo Yamaraja disse-me, há uma maldição, algo parecido com karma instantâneo, que me faz encontrá-la com uma regularidade baixa para ver como ela está bem, mas de forma que eu sinta a indiferença dela ou que eu esteja invisível, separado por um vidro, evitando qualquer tentativa de contato meu.

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É muito provável que a palavra destinadamente não exista.

Enquanto escrevia este post lembrei de uma vez que encontrei na rua uma amiga da minha mãe que é clarividente não profissional. Esse encontro foi um pouco antes do fato onde essa palavra inexistente é citada.

Em sua especialidade de ler as mãos das pessoas e dizer sobre as amenidades amor e dinheiro, ela me disse que havia, no prédio onde estudava, uma garota loira que gostava muito de mim. Na hora, eu pensei em uma colega da faculdade e assim tratei de aproveitar a informação.

Mas agora, com os fatos sendo novamente assimilados no meu cérebro, as histórias, antes distintas, parecem se fechar. Talvez se tratasse dessa, pela segunda vez sendo citada por um esotérico para mim. Eu nunca tinha pensado nisso.

Eu sou um idiota.

(3/3)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Acho que vou votar no Serra!!!

Achei texto abaixo em um fórum ... Não pude resistir, tenho que publicar...

Desculpem-me parentes/amigos pela sinceridade, acho que vou votar no SERRA!

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar, carne, queijo, arroz, presunto, hambúrguer e iogurte.

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia.

Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares.

O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega…

Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro a juro baixo, todo mundo tem carro, até a minha empregada. ”É uma vergonha!”, como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em São Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro, muito caro.

Hoje está 14,50 por carro.. e vai aumentar....

Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz.

Vergonha, vergonha, vergonha…

Cansei de ir em banco e ver aquela fila de idosos no Caixa Preferencial, muitos deles trabalhando de office-boys.

Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou “empreendedor” no Nordeste. Pode? Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. De ver o Governo Lula distribuindo renda e dando condições decentes de consumo pra população mais pobre desse país. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo,SBT,Band, RedeTV, CNT, Fôlha SP, Estadão, etc.). A coitada da “Veja” passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o fim do mundo.

Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito… Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa raça. Acreditem, minha filha contratou uma cozinheira e ela estava fazendo direito em uma faculdade particular pelo PROUNI, em pouco tempo estava estagiando como defensora pública, saindo assim que se formou. Que absurdo! Ainda mais era negra. Essa gentinha não se enxerga mesmo. Os aviões agora vivem lotados com este pessoalzinho que não sabe se comportar, pois estão voando pela primeira vez. Agora os aeroportos ficaram pequenos para tanto avião e tanta gente.

Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Diga aí, seu Lula…

Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria (73% da população, hoje, tem moradia própria, segundo pesquisas recentes do IBGE). Sem contar que o Governo Federal ainda banca um subsídio de R$ 17.000 mil reais. E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no Exterior. É o fim…

Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e aproveitar a inflação. Investir em ações de Estatais quase de graça e vender com altos lucros. Quero ver a Petrobras, o Banco do Brasil, O BNDES, a Caixa Econômica Federal,... todos privatizados, o desemprego de volta, salário mínimo subindo no máximo R$ 10,00 reais, ficar devendo novamente ao FMI (Ai Quanta saudade!). E eu quero lá saber se foram gerados no Governo Lula mais de 14 milhões de empregos com carteira assinada e que mais de 31 milhões de pessoas entraram para classe média (sendo que 24 milhões saíram da pobreza absoluta)? Chega dessa baboseira politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco… Quem pode pode, quem não pode, se sacode. Tenho culpa eu, se meu pai era mais esperto que os outros para ganhar dinheiro comprando ações de Estatais quase de graça? Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior.

Eu ia anular, mas cansei. Basta! Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido. “Quero minha felicidade de volta.

”E VOCÊ VAI FICAR AÍ PARADO(A)? LEMBRE-SE QUE UM MAIS UM É SEMPRE MAIS QUE DOIS...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sam dormiu toda a noite completamente feliz,

Num começo.

Sentada com as amigas, formando um círculo, ela me olhava fixamente.

Isso era março de 2003. Ela era caloura e devia estar empolgada com todas as novidades, costumava ser assim. Aquela euforia dos principiantes era conforto para a visão. Mas eu, naquele momento, não me preocupava muito com isso, estava mais interessado em uma segundo-anista da sala ao lado.

Boa parte da euforia, entretanto, acaba sumindo com o tempo e também por isso eu não ligava se aquela atenção poderia ser séria. Quando a ocasionalmente encontrava em shows do bloco I, ela parecia ou alheia ou hesitante.

Em junho, a história supracitada converge para a “tragédia”. A partir de então, desnorteado, eu vagava sem destino, indiferente a qualquer outra coisa. Já era a segunda vez que aquilo acontecia. No ano que antecedeu havia sido... .

É certo que a desilusão causou um furor de sentimentos em mim e que, como consequência, atingiu e machucou as pessoas mais próximas e também aquela sobre a qual é este texto. Eu tinha as manias de não fazer o que esperavam que fizesse, o que era normal, o que era certo, o que era conveniente e de usar as hesitações contra elas mesmas.

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2004 iniciou com a tristeza indefinida normal do último ano – as pessoas começam falando sobre a turma acabar e ficam perguntando uns aos outros se vão sentir saudades, um prazer em antecipar a nostalgia – somando-se à desilusão.

Como de costume, nesses momentos de quase fim, eu não tinha nenhuma expectativa, nenhum plano para o ano, apenas esperar acabar. Este comportamento ficou claro no meu rosto, mesmo que não o entendessem exatamente assim. Alguns me perguntavam sobre meu desinteresse e, quando não tinha mais nada para fazer, tentavam inventar outras soluções para essa questão. Porcos e Coelhos.

Eu tentava inutilmente me afastar das pessoas e acabava me aproximando mais das duas – a jovem desse conto e a de nome estranho, daquele outro, citado ali em cima.

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Ao contrário das outras vezes, nesse ano, eu não tinha nenhum bom motivo para escolher os esportes a fazer nas aulas de educação física. Escolhi os mesmos do ano anterior, mas dessa vez houve uma demanda muito maior, o que causou a expulsão de vários candidatos, inclusive a do nome e sua amiga, porém não do seu namorado.

Este tentava retirar seu nome também, mas o coordenador da área imbecilmente não deixava. Um amigo meu, excluído, por sua vez, queria entrar, pois grande parte da turma estava lá. Então, tomando proveito da oportunidade – outro professor, mais educado, recontava as fichas de inscrição – e da situação, troquei minha vaga com a do amigo e acabei caindo sem querer (querendo) na mesma turma daquela menina.

Eles, aqueles do outro texto, me olhavam com desprezo, condenando minha decisão, achando que eu ainda queria alguma coisa. O que não sabiam é que eu já tinha desistido. Talvez não esperassem por isso – talvez ela não quisesse isso. Mas essa contradição pertence à outra história.

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Pertencente a esta, na sequência da cena, descia as escadas e ia em direção ao grupo de alunos para a primeira aula bate-papo. Sobravam-me poucos conhecidos lá, dos quais não lutava mais evitar a contaminação por suas loucuras e opiniões.

No último degrau, a vi mais na frente, já subindo para o patamar da piscina. Ela e seus semelhantes, do outro ano, tinham para escolha o que mesmo que tive, mas decidiam isso em um lugar diferente. Num relance, olhando para trás, ela discretamente comemorou, pois achava que, mesmo às escuras e por outros motivos, tinha tomado a decisão certa.

Do lado da água, eu olhava aquele conjunto de pessoas do qual queria estar longe e que esperavam muito de mim, afinal era o ano de concretização para eles, quando começam a perceber que aquilo vai acabar rápido. Tirar os óculos e mergulhar talvez fosse melhor do que ficar ali. Porém, lá estavam, de igual modo, além de nos treinos de handebol, outros seres para eu aproveitar meu niilismo.

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No quarto jogo de handebol, o primeiro tempo foi bem normal: um duelo equilibrado, erros de “apitagem” contra (não contando todos os gols que tínhamos feito) e uma atuação medíocre minha.

Na segunda metade, com a inversão de quadra, percebo que, no balcão a minha esquerda, ela estava assistindo ao jogo. Enfrentávamos o time da turma dela. Portanto, de forma a me exibir, passo a jogar bem, não sofrendo nenhum gol até o fim da partida, que terminou com uma bola voando nas arquibancadas e uma confusão conhecida e comentada. Minhas motivações e desmotivações eram bastante incoerentes.

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Existiam muitas tramas em torno dela, como é comum acontecer com adolescentes daquele tipo e eu, então ressabiado, não me aproximava muito mais, porque não queria que se repetisse a ação e reação que já ocorrera em Ícaro. Nenhum aventureiro podia tomar a coroa ou nenhum príncipe ou corte podia-me considerar um aventureiro.

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Com o final do ano chegando como um fim de festa, num período de mormaço que antecede chuva forte, à sombra de um dia em que um braço fora quebrado, depois que, em solidariedade, uma face de esnobismo cedera à fragilidade e à simpatia, houve uma prova teórica de educação física na sala H104.

Aquela avaliação, puramente protocolar, é a última memória daquele tempo, com todo o desconforto rotineiro dos encontros silenciosos de pessoas que pareciam querer explodir em palavras. Entre todas, ela destaca-se por estar muito queimada da praia em que havia estado momentos antes. Era um delírio.

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O temporal que seguiu lavou a História.

(2/3)

Pelo que pôde se lembrar,

Sempre poderás escolher não ler.

Há onze anos eu ouvia pela primeira vez Faroeste Caboclo. Mas não é sobre essa história que eu quero contar. É sobre outra envolvendo uma música mais curta da Legião Urbana. Noto apenas que, enquanto a primeira canção está associada a um caso engraçado, de boa lembrança, a segunda relaciona-se a uma situação desconfortável para os que a presenciaram, que, a partir de então, passaram a ignorá-la.

Quando uma garota de olhos de ressaca, mas não do jeito que estás a pensar, me reencontrou, ela pensou que tudo então fazia sentido. Eu não consegui entender por que ela estaria naquele lugar tão distante de onde havíamos estado perto anteriormente.

Fui, portanto, atrás de informações e a custo retornei ao Orkut, lugar no qual achei respostas e onde ela dizia que nada representava melhor o que sentia no momento do que Quase Sem Querer.

No ano anterior, no qual passamos a não viver mais no mesmo lugar, ela me acusava, no mundo virtual e indiretamente, de indiferença e de jogar jogos de enganação, referindo ao presente e ao passado.

Ela estava certa nas acusações – havia lhe escrito para contar que a tinha visto na MTV, onde ela dissera o que mais desejava para aquele ano de 2005 (algo que podes facilmente imaginar o que era); parecia próximo no então novo mundo virtual-social, tornando reais suas prazerosas ilusões, para, a seguir, figurar-me frio, transformando seu sonho em desilusão; etc... –, mas não conseguiu chegar a resposta nenhuma sobre as razões disso.

Então, eu desapareci de sua vista, em qualquer mundo, sem mais nada que provasse minha existência além de sua lembrança. Daí ela seguiu em frente, quase esqueceu, despedindo-se daquele lugar que estava prestes a abandonar, como eu tinha feito um ano antes.

No momento em que ela me viu no fatídico corredor e eu a vi destinadamente sentada num tablado, ela deixou o lado bom vencer as memórias desconfortáveis e se apegou à crença de que toda história caminha para um final feliz por meios tortos.

Estava certa, na ideia. Apenas o final foi outro, a história foi mais longa e o caminho mais tortuoso.

(1/3)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Fazendo doce

do blog do Tutty Vasques :
Começaram os contatos para alianças no segundo turno.
Marina Silva ligou para José Serra de madrugada com desejo de comer doce de jaca com queijo minas.